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MOVIMENTO BRASIL METALÚRGICO PRESSIONA GOVERNO SOBRE AUMENTO DA TAXA DO AÇO PELOS EUA; LEIA NOTA

Publicado em: 2018-03-13

A decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de elevar as tarifas de importação do aço e do alumínio está sendo questionada pelas entidades sindicais e representantes da indústria siderúrgica nacional.

O movimento Brasil Metalúrgico, que reúne trabalhadores e trabalhadoras do setor metalúrgico do Brasil, entre eles a Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (FitMetal), lançou nesta quinta (8) uma nota contra a medida.

"Espanta o fato de que os Estados Unidos, que defendem o liberalismo econômico e a liberdade de comércio entre as nações, tomem medidas claramente protecionistas e totalmente contrárias ao contexto de globalização dos mercados enfaticamente por eles defendida", diz trecho.

Na nota, as entidades solicitam audiência com o ministro Aloysio Nunes Ferreira Filho, da Indústria e Comércio Exterior, para apresentar suas reivindicações e também apoio às ações complementares para a preservação dos interesses nacionais.

O decreto foi assinado ontem nos EUA e oficializou tarifas de 25% para o aço e 10% para o alumínio - antes as empresas brasileiras pagavam, respectivamente, 0,9% e 2%.

Leia nota na íntegra:

Em defesa da produção e do emprego na indústria siderúrgica brasileira

É lamentável o anúncio feito pelo governo norte-americano de elevar a tarifa de importação de aço em 25% e do alumínio em 10%. O Brasil, além de ser grande exportador destes produtos para os Estados Unidos, é historicamente, um importante parceiro e aliado comercial deste país.

Espanta o fato de que os Estados Unidos, que defendem o liberalismo econômico e a liberdade de comércio entre as nações, tomem medidas claramente protecionistas e totalmente contrárias ao contexto de globalização dos mercados enfaticamente por eles defendida em todos os fóruns internacionais.

Entre 2009 e 2016, o Brasil apresentou saldo negativo em suas transações comerciais com os Estados Unidos. Neste período, o déficit acumulado foi de US$ 48,3 bilhões, o maior já registrado na história do comércio exterior brasileiro em um período de oito anos com um único país. Nem por isto o Brasil aventou a possibilidade de sobretaxar produtos norte-americanos ou criar-lhes qualquer tipo de barreiras de importação.

A razão alegada para sobretaxar o aço e o alumínio é a de que a importação destes produtos põe em risco a segurança nacional norte-americana, argumento totalmente infundado, pois o aço vendido aos Estados Unidos é semiacabado e complementar ao seu processo produtivo, não criando nenhum constrangimento ou dependência para sua indústria bélica ou aeroespacial.

Os dirigentes das entidades sindicais que integram o movimento Brasil Metalúrgico, abaixo-assinados, veem com muita preocupação o anúncio feito pelo presidente Donald Trump, pois a taxação excessiva sobre o aço e o alumínio brasileiros irá dificultar nossa exportação, gerar desemprego neste setor e problemas desnecessários nas relações comerciais entre os dois países.

Aguardamos atentamente que o governo Temer assuma posição firme em defenda da produção e do emprego no setor siderúrgico brasileiro e adote, se necessário, medidas cabíveis no âmbito dos fóruns comerciais internacionais, entre elas, a Organização Mundial do Comércio, contrárias a esta decisão unilateral do governo norte-americano.

As entidades abaixo-assinadas solicitam audiência com o ministro Aloysio Nunes Ferreira Filho, da Indústria e Comércio Exterior, para que possam manifestar sua preocupação e reivindicações e também apoio às ações complementares para a preservação dos interesses nacionais.

Miguel Torres
Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos - CNTM/Força Sindical

Paulo Cayres
Confederação Nacional dos Metalúrgicos - CNM/CUT

Luiz Carlos Prates – Mancha
CSP/Conlutas

Marcelino da Rocha
FitMetal (Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil)

Delson José de Oliveira
UGT/Minas

José Avelino – Chinelo
CSB

Fonte: www.ctb.org.br